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Competência do Mês de Junho/2022: JUSTIÇA

Reflexões sobre esse sentimento muito forte desde a infância

28
Jun
2022

Reflexão sobre a Justiça

 

Uma das reclamações mais frequentes em todos os âmbitos é a seguinte:

 

  • Isto não é justo! 

  • Não é justo que eu faça tudo em casa sozinho e que meu irmão só fique olhando!

  • Não é justo que esta(e) amiga(o) tenha dado o cano na última hora se tínhamos combinado esse plano a um tempão.

  • Não é justo meus pais não me deixarem fazer esse plano, afinal de contas eu não sou mais criança! Tratam-me como se fosse irresponsável!

 

Isto não é justo!

 

É impressionante a dor que sentimos e o sofrimento que nos provoca achar que não foram justos conosco! Isto nos queima por dentro… É um sentimento muito forte já nas crianças:

 

  1. Talvez sejam as mágoas mais sentidas causada pela diferença dos presentes entre irmãos, por ter roubado a sua vez de ir no carro, no banco da frente....

  2. As lágrimas que chegam a derramar quando fizeram uma trapaça com ela num jogo. Quando pegaram algo dela sem falar.

 

O sentimento de ser injustiçado é muito forte e imediato no ser humano...

Desenvolver nossa sensibilidade quando nós somos injustos com as pessoas

Não podemos ficar insensíveis às injustiças que muitas vezes nós cometemos:

  1. Quando diminuímos a fama de uma pessoa falando mal dela.

  2. Quando não damos atenção a uma colega e a desprezamos.

  3. Quando alguém se dá mal e nós afundamos ainda mais a pessoa: eu já tinha avisado, deu no que deu...

  4. Quando tiramos o entusiasmo de alguém: isso não vai dar certo!

 

É necessário termos a qualidade da justiça: nos sensibilizarmos para os bens dos outros. Tender ao bem dos outros com a mesma determinação, constância e alegria com que tendemos ao nosso próprio bem. A justiça é uma qualidade típica do bem querer e da manifestação da amizade, se somos amigos sentimos o peso de uma injustiça aos outros.

 

Quem é justo? 

 

Quem dá a cada um o que lhe é devido. O respeito e consideração pelas pessoas, pelo direito dos outros, torna a pessoa  cada vez mais justa.

 

A Justiça é uma qualidade muito importante, fundamental.

 

  1. Permite uma convivência cordial e amigável entre as pessoas;

  2. Sem esta qualidade a convivência torna-se impossível e ingrata;

  3. A família, os ambientes deixam de ser humanos e convertem-se em lugares onde um atropela o outro.

 

  • Cria-se um clima injusto em que um se dedica a chatear o outro. As brigas são constantes e gera o mundo cão.

  • Prevalece a lei da selva, a lei do mais forte onde o irmão mais velho se impõe à força sobre os menores.

 

Isto ocorre quando se recusa a atender o que se deve dar aos demais.

 

Campos onde podemos melhorar a justiça:

 

  1. Deus: corresponder ao seu amor, dedicando tempo para Ele.

  2. Justos com as pessoas:

  1. Evitar acusações injustas carregadas de exagero

  2. Cuidar do modo de tratar as pessoas que trabalham na nossa casa ou mesmo os familiares.

  3. Não fazer acepção de pessoas, valorizando somente os que se destacam por algo, seja pela inteligência, pela liderança que exercem ou pela situação social e desprezando as demais. Evitar preconceitos.

  4. Cumpiri os deveres em casa, no estágio ou no trabalho.


 

      3.  Não basta fazer a justiça, é preciso que a justiça esteja acompanhada pela caridade.

  1. Exemplo: pago o que é justo aos meus funcionários, mas sempre procuro ajudar no que for necessário. 


 

AUTOAVALIAÇÃO

 

A MANEIRA PESSOAL DE VIVER A JUSTIÇA

 

  1. Reconheço os direitos das pessoas com as quais me relaciono. (A justiça assenta nos direitos e nos deveres das pessoas. Cada pessoa – o cônjuge, o filho, o aluno, o professor, o pai, a autoridade pública, etc. – tem que receber aquilo que lhe é devida).

 

  1. Tento analisar as situações com objetividade, a fim de adotar a atuação mais justa em cada caso. (A justiça não consiste em agir sempre da mesma maneira nas mesmas circunstâncias, já que as pessoas são diferentes). 

 

  1. Mesmo reconhecendo o que seria uma atuação justa por minha parte, estou disposto  a substituí-la pela caridade quando considero que isso pode beneficiar a outra pessoa. (A vida de família, em especial, seria terrivelmente dura se os pais tivessem sempre um comportamento estritamente justo, sem amor). 

  2. Reconheço os direitos de meu cônjuge. (Para além do débito matrimonial, o cônjuge tem o direito a receber ajuda para melhorar durante toda a sua vida). 

 

  1. Reconheço os direitos dos outros membros da família. (Por exemplo: o direito à intimidade, o direito a participar, o direito a conviver com ordem, o direito a receber ajuda para melhorar). 

 

  1. Reconheço e vivo os direitos dos outros no meu lugar de trabalho, na cidade, em meu país. (Neste contexto surgem outras virtudes, como a honradez, a lealdade e o patriotismo). 

 

  1. Reconheço os compromissos que adquiri com meus amigos; reconheço que se estabeleceu entre nós um pacto que tenho obrigação de cumprir. (Tenho deveres com os meus amigos, porque adquiri o compromisso de os ajudar a melhorar durante toda a vida e de aprender deles). 

 

  1. Informo-me adequadamente, para saber quais são os direitos que tenho de respeitar porque se referem ao direito natural. (Neste campo, há princípios que são absolutamente básicos, como o direito a nascer, o direito de ter os alimentos e um teto, o direito a um trabalho digno e o direito a adquirir e possuir bens). 

 

  1. Sei cumprir as minhas promessas, os pactos e os acordos que estabeleço. (Embora se possam estabelecer pactos e acordos solenes, com a assinatura de papéis perante uma autoridade, não devemos menosprezar o valor da palavra dada).

 

  1. Reconheço que criticar e censurar sistematicamente os outros é uma falta de justiça. (As pessoas têm o direito à verdade e ao seu bom nome). 



 

A EDUCAÇÃO DA JUSTIÇA

 

  1. Ensino os meus filhos menores a cumprir os acordos que fizeram com os irmãos ou com os amigos. (Antes de começarem  a reconhecer o que é o direito natural e quais são os direitos das pessoas de acordo com a sua condição, as crianças menores  podem aprender a ser justas nos pactos que estabelecem). 

 

  1. Ensino os menores a cumprirem com as regras do jogo que foram estabelecidas. (Embora as regras do jogo assentem na ideia de que todos devem ser tratados da mesma maneira – isto é, de forma igualitária -, convém que as crianças aprendam a cumpri-las, já que a convivência entre as pessoas exija que haja  regras). 

 

  1. Ajudo às crianças a respeitar a propriedade alheia: a não roubar, a não quebrar, a não sujar. (As crianças pequenas não dispõem de uma noção  abstrata do que é a justiça, por isso fazem o que os educadores lhes exigem em cada situação).

 

  1. Ajudo às crianças a reconhecer certas necessidades e certos direitos dos outros. (Como por exemplo, respeitar períodos de silêncio, não interromper, bater a porta antes de entrar). 

 

  1. Raciocínio mais com os meus filhos/alunos de 9 a 13 anos, para que comecem a compreender em que consiste a justiça e a injustiça em diferentes circunstâncias. (Nestas idades, as crianças estão muito centradas nas regras do jogo já podem começar a compreender algumas situações). 

 

  1. Dou-lhes informação, a fim de reconhecerem alguns motivos para serem justos com os outros. (Convém indicar quais são os comportamentos dos alunos que manifestam respeito pelos professores, quais são os comportamentos dos filhos que manifestam respeito pela mãe, etc.). 

 

  1. Raciocínio com os filhos/alunos, para que reconheçam que a justiça exige saber retificar, reparar, etc. (Não se trata apenas aprender a dizer uma frase feita – “sinto muito” – mas de reconhecer o dano que se fez). 

 

  1. Consigo que os alunos/filhos façam acordos em grupo, e que cada membro cumpra o que foi acordado. (O trabalho em equipe é um procedimento excelente para demonstrar a necessidade de cumprir os deveres que estão relacionados com acordos ou pactos). 

 

  1. Consigo que os jovens participem na formulação das regras do jogo necessárias à convivência na família e na escola. (Se tiverem oportunidade de participar no processo de confecção destas regras, os jovens compreenderão melhor a sua importância e sentir-se-ão mais motivados para o seu cumprimento). 

 

  1. Ensino os jovens em que consistem as leis civis e como podem comportar-se como pessoas responsáveis e também em que consiste a lei natural. (Eles precisam  desta informação; se não forem os pais a dar-lhe, é duvidoso de que a encontrem por conta própria). 
     

  2. “Esforça-se continuamente por dar aos outros o que lhes é devido, de acordo com o cumprimento dos seus deveres e de acordo com os seus direitos enquanto pessoa (a vida, os bens culturais  e morais, os bens materiais), enquanto pais, enquanto filhos, enquanto governantes, etc.”.           

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