CRIATIVIDADE, INICIATIVA

Competência do mês de Novembro

Durante todo esse ano, nossos filhos tiveram a oportunidade de olhar para o seu ser estudante e avaliar as suas atitudes. Enfrento com alegria e otimismo a minha missão de estudar? Faço boas escolhas? Escolho obedecer e fazer aquilo que é bom pra mim? Aproveito as idéias dos meus amigos nos trabalhos em grupo? Busco um equilíbrio emocional para me dedicar com mais força aos estudos? Tenho empatia com os outros, principalmente meus professores e preceptores que me orientam por um bom caminho? Procuro melhorar como pessoa, avaliar os meus defeitos e buscar meios de potencializar as minhas qualidades? Sou corajoso para pedir ajuda e enfrentar as matérias que não gosto muito? Essas foram algumas das orientações que o material de formação humana do Leader 100 nos trouxe durante o ano. Podemos acrescentar a isso tudo as idéias do nosso material Quero Querer, específico para o fundamental I que tem nos orientado sobre o conhecimento de nós mesmos e a busca pelas virtudes que nos levam a uma boa convivência com os outros e com o mundo em que vivemos.

Para esse mês de novembro, iremos refletir sobre CRIATIVIDADE E INICIATIVA, como potencializar a nossa criatividade para fazer o bem. Para isso, somos convidados a refletir um pouco sobre o pensamento. Estamos dando oportunidade para que nossos filhos pensem e formulem idéias em suas mentes? Reflitam sobre o que aprendem? E depois exponham seus pensamentos e discutam conosco as possíveis soluções sobre os seus problemas? Talvez um bom começo seria desligar um pouco a televisão e diminuir o tempo que eles passam em frente aos eletrônicos. Dar mais tempo para o cérebro, pensar, observar, refletir, questionar, e depois expor suas conclusões. Vejamos então uma reflexão sobre o nosso pensar e em seguida vamos juntos nas nossas reuniões de turma responder os questionamentos.

“Pensamos em tudo o que falamos? Tudo o que falamos foi pensado? Falamos o que fazemos? Fazemos o que dizemos? Esta sequência de perguntas, que a mais de um leitor poderia parecer um trava-línguas, forma parte de uma difícil conexão de 3 palavras – pensar, falar e fazer – que, quando bem utilizadas, podem nos ajudar muito, em todos os aspectos da nossa vida. Essa difícil interrelação entre pensamento, fala e atitude foi alvo de diversas opiniões ao longo do tempo por especialistas de numerosas disciplinas. Muitas vezes se ouviu dizer que as pessoas não pensam e que, inclusive, a atividade de pensar, o fato de pensar bem, é tão importante que deveria ser ensinado junto às outras disciplinas que formam nossa educação formal. Particularmente, considero esse raciocínio correto, pois muitas outras habilidades não serão úteis se não soubermos pensar. A importância de pensar Nós pensamos (ou, pelo menos, deveríamos pensar) com diferentes propósitos: recordar, compreender, analisar, sintetizar, estabelecer conexões, ter ideias, tomar decisões, solucionar problemas, etc. Esse exercício da nossa mente contribui para o nosso desenvolvimento pessoal e profissional e auxilia a nossa comunicação com os demais. Quando exercitamos o pensamento, entendemos melhor a nós mesmos e entendemos melhor aos outros. A atividade de pensar pode ser realizada individualmente e também, em certo aspecto, em equipe (com suas vantagens e riscos). Muitas empresas se beneficiaram se todos pensássemos melhor nos assuntos de cada dia. Não tenho dúvidas de que existem profissionais e empresas que pensam, e que pensam bem: analisam com esmero e cuidado os problemas enfrentados, estão atentos às causas e consequências de cada ação, observam a parte no todo, leem as entrelinhas, escutam com atenção, descobrem os problemas escondidos, parecem que veem além do horizonte, dão espaço para sua intuição, refletem sobre seus atos, possuem pensamento crítico construtivo, antecipam-se aos acontecimentos, elaboram modelos inteligíveis para abordar assuntos complexos, geram ideias inovadoras, percebem as evoluções dos sistemas, advertem os caminhos ocultos, concluem e sintetizam com facilidade e precisão, tomam decisões adequadas, focalizam bem seus planos, dominam rigorosamente os conceitos, estabelecendo dependências hierárquicas, deduzem e diagnosticam com precisão… Mas devemos admitir que nem sempre é assim, e que também não é sempre (quase nunca) que utilizamos nossa capacidade de pensar de modo satisfatório. O que é pensar? “Em que pensar?”, “Como pensar?", ou, mais filosoficamente: “O que é pensar?” O verbo “pensar” provém do latim pensare, que significa pensar, calcular, ponderar. O pseudônimo de ‘Mr. Internet’ que uma pessoa muito próxima me conferiu me motivou “a pensar” um conceito compreensível a todos sobre o que é pensar. E pareceu-me oportuno estabelecer uma analogia com a Internet. A atividade de pensar é como navegar através dessa web que é a nossa mente, para descobrir os caminhos que precisamos tomar e estabelecer as conexões necessárias. Simbolicamente, poderíamos dizer que as distintas modalidades de pensamento exigem diferentes trajetórias de navegação dos nossos neurônios. “É verdade que todos os homens, diferentemente dos animais, pensam. Mas nem todos são pensadores”. E esta navegação pela rede neuronal, muitas vezes, leva-nos a destinos equivocados (e não aceitamos que estamos errados). Não basta pensar e falar o que pensamos, precisamos também fazer. Existe uma frase um tanto conhecida para os que convivem no maravilhoso ambiente do management, mas que vale a pena citá-la neste artigo: “Podemos errar ao realizar algo. Mas quem não faz nada já está errado”. Devemos ter a maturidade necessária para desenvolver nossa capacidade de reconhecer erros, a priori ou a posteriori, mas, acima de tudo, para evitá-los, precisamos desenvolver nosso pensamento em todas as modalidades que possamos imaginar: analítico, conceitual, sistêmico, estratégico, holístico, crítico, divergente, reflexivo, sintético, proativo, convergente, conciliador… Cada intervenção da nossa mente precisa de competências cognitivas específicas (e também algumas emocionais), e, para isso, como em um bom cardápio, precisamos utilizar a combinação correta e precisa dos ingredientes. Muitas ferramentas Existem numerosas técnicas e metodologias que nos auxiliam a pensar e a encontrar as melhores soluções para os problemas cotidianos. Como vamos nos colocar a pensar, não seria ruim que o fizéssemos de modo criativo, vendo as coisas de diferentes maneiras, fazendo algo novo e colocando-o em prática. Pensamento, criatividade, inspiração. Escolha o nome que quiser, mas comece já.”

Autor: Marcelo Gabriel Bonzón “Innovación y creatividad”, 21-08-2007

Questões para refletir:

1. Quanto tempo nosso filho tem passado brincando sozinho ou com outras crianças de forma livre e sem interferências de adultos ou meios eletrônicos?

2. Promovo tempos de silêncio em casa, como leituras ou brincadeiras individuais, ou mesmo um tempo em silêncio antes de dormir no quarto para pensar um pouco e organizar as ideias do dia?

3. Deixo os meus filhos encontrarem sozinhos as soluções para seus pequenos problemas ou situações do dia a dia? Como limpar um copo de suco derramado?

4. Peço a ajuda e opinião das crianças nas organizações da casa? Exemplo: lugar de guardar as roupas, os brinquedos ou até mesmo as louças da cozinha?

5. O que fazemos quando nossos filhos propõem mudanças em casa: rejeitamos automaticamente ou analisamos seriamente e conversamos sobre ela? 

6. Frequentemente acolhemos de forma positiva as sugestões dos nossos filhos? Se sim, cumprimos o prometido e colocamos em prática as propostas? 

Ideias que podem ajudar a despertar a criatividade e a iniciativa nas crianças:

1. Propor ao nosso filho/a que organize o tempo livre da família durante o fim de semana. 

2. Pedir aos nossos filhos/as que apresentem sugestões de melhorias na nossa casa, por exemplo, na distribuição dos móveis, na distribuição dos encargos, nas metas trimestrais para crescimento pessoal de cada um (também dos pais), etc. 

3. Motivar seu filho/a a usar o tempo livre de forma criativa, por exemplo: organizando jogos e brincadeiras, lendo livros interessantes, desenvolvimento de seus interesses e gosto sem cair na televisão, nos videogames, na internet, etc. 

4. Contar aos seus filhos/as como passavam seu tempo livre quando eram jovens.